Muitas vezes, a vemos como inimiga. Mas a psicanálise nos mostra que a insegurança carrega um sentido: ela aponta para fragilidades internas, muitas vezes ligadas à infância e à forma como aprendemos a lidar com o olhar do outro. Quando crescemos sob críticas excessivas ou falta de reconhecimento, criamos dentro de nós uma voz que repete: “Você não é capaz.”
O problema não é sentir insegurança — isso é humano. O risco está em deixar que ela paralise. Mas existe uma diferença entre a insegurança paralisante, que nos impede de agir, e a insegurança criativa, que nos prepara melhor para os desafios. A segunda pode ser transformada em potência, desde que aprendamos a escutar nossos medos sem nos identificar totalmente com eles.
Algumas estratégias ajudam nesse processo:
- Autoconhecimento: compreender de onde vêm os medos que nos habitam.
- Pequenos passos: cada conquista fortalece a confiança interna.
- Análise ou terapia: espaço de elaboração para silenciar a voz crítica interna.
- Releitura do erro: falhar não é prova de incapacidade, mas parte do processo de crescimento.
Quando conseguimos olhar para a insegurança como um lembrete — e não como sentença —, ela deixa de ser prisão para se tornar força. Afinal, não é a ausência de medo que define a coragem, mas a capacidade de seguir mesmo sentindo-o.

