Na psicanálise, entendemos que aquilo que não encontra espaço na palavra pode se expressar no corpo. Essa manifestação é chamada de psicossomatização: sintomas físicos que surgem como expressão de conflitos emocionais não elaborados.
Não significa que todas as doenças têm origem emocional. Mas em muitos casos, o corpo fala quando a mente cala. Ele se torna palco do inconsciente, revelando através de dores e mal-estares aquilo que não conseguimos nomear.
É comum, por exemplo, que pessoas em ambientes de alta cobrança desenvolvam enxaquecas constantes. Ou que quem reprime emoções sinta fadiga crônica. O corpo traduz o não-dito, chamando atenção para algo que precisa ser elaborado.
O desafio está em ouvir esses sinais sem reduzi-los a simples “fraqueza”. Buscar apoio psicológico, praticar o autocuidado e reconhecer limites é parte fundamental desse processo. Afinal, cuidar da saúde mental é também cuidar da saúde física.
Quando aprendemos a escutar o corpo, descobrimos que ele não é inimigo — mas aliado na construção de uma vida mais consciente e saudável.

