Essa solidão não é apenas ausência de companhia. É o peso de estar longe da cultura que te formou, da língua que te embala, dos cheiros, sabores e sons que faziam parte do cotidiano. É o vazio de não encontrar alguém que entenda de imediato suas piadas, suas dores ou a nostalgia que bate em dias comuns.
A psicanálise nos ajuda a entender que migrar é também se separar de partes de si. Ao deixar um país, não deixamos apenas um território, mas fragmentos de identidade que se apoiavam naquele espaço. Surge um vazio — e é nesse vazio que a solidão ecoa.
Mas há uma diferença entre solidão e solitude. A solidão paralisa, isola e entristece. Já a solitude pode ser criativa: um tempo consigo mesmo para elaborar perdas, construir novos sentidos e se reinventar. O desafio do imigrante está em transformar a solidão inevitável em solitude criadora.
Buscar grupos de apoio, cultivar vínculos afetivos, procurar análise ou terapia e manter laços com a própria cultura são formas de amenizar esse percurso. O mais importante é reconhecer: sentir solidão não é sinal de fraqueza, mas parte legítima do processo migratório.
Ao reconhecer isso, o imigrante encontra forças para seguir, transformando o silêncio da solidão em uma travessia que revela novas formas de pertencimento.
Se você se identifica com a solidão da vida de imigrante e deseja elaborar esse momento, agende uma sessão de análise. O primeiro atendimento é gratuito e pode ser o espaço que você precisa para se sentir ouvido e acolhido.

